Património

 Património Edificado 


Estátua do Infante D. Pedro

Estátua do Infante D. Pedro, nasceu em Lisboa em 1392 e viria falecer no recontro de Alfarrobeira em 1449.




Igreja Matriz de Mira

A Igreja Matriz de Mira foi construída em 1690 por ordem do Bispo D. João de Melo. Tendo sofrido uma reforma profunda no sec. XIX, voltando a receber intervenções em 1972 e 1981.
 De arquitectura religiosa, barroca e oitocentista, é um típico edifício provinciano do final do seiscentos, da planta longitudinal e de paredes muito planificadas, reformado oitocentos, destaca-se no interior os azulejos rococó. As pinturas de tecto são setecentistas com retábulos de transição do sec. XVII e XVIII. Os azulejos são de fabrico Coimbrão. As janelas e empena do sec. XIX bem como o 2º. corpo da torre.
Exterior
Planta longitudinal de nave única; fachada com torre sineira adossada a S, enquadrada por cunhais rusticados; pórtico, rectangular com 2 volutas enquadrando um nicho com escultura do Padre Eterno encimada por dois janelões e óculo.
Interior
Tecto de madeira em caixotões com pinturas de rótulas; 2 capelas laterais; paredes da nave revestidas a silhares de azulejos formando 13 composições com cenas da Paixão; retábulos com colunas salomónicas ornadas de parras.




Monumento aos Mortos da Grande Guerra

O Monumento aos Mortos da Grande Guerra localiza-se na vila de Mira, data de 1932 e é uma escultura monumental de constituição maciça, com símbolos nacionais e coroada por um busto feminino com as mãos sobre o escudo. Na parte frontal, existe uma figura em bronze, simbolizando os soldados a combater nas trincheiras



Pelourinho

Os Pelourinhos eram padrões dos concelhos e símbolos da liberdade e autoridade municipal. O Pelourinho encontra-se na Praça no Centro da Vila. O monumento é elemento de pouca dimensão e possui um único degrau circular com o bordo superior boleado. No degrau pousa uma pequena placa, alusiva à sua reconstrução. A base da coluna é de forma circular de feição lisa, seguida de um tronco de cone cavado, com rebordo superior e inferior bem salientes e boleados.

   O fuste desenvolve-se em forma cilíndrico, liso de acabamento. O topo é completado com uma série de aneletos seguidos de um elemento cilíndrico com o mesmo diâmetro do fuste, mas com pouca altura, que possui uma emenda a meia altura.

   O remate com a forma de taça de bom diâmetro possui o bordo superior moldurado com formas dentilhadas. Do meio deste elemento parte uma grimpa de ferro em forma de cutelo.

   Monumento Classificado pelo IPPAR, 1933.











 Património Cultural


 

Casa Gandaresa


É uma casa de pátio fechado construída de adobes que eram feitos de cal e areia secos ao sol.
Casas formadas por uma ou duas portas, duas janelas de guilhotina, um portão largo que dava entrada e saída ao carro de bois por vezes carregado de produtos agrícolas, os vãos das portas, das janelas e do portão eram ornamentados com cantaria de pedra de Ançã e tinham duas aberturas junto ao solo que serviam de arejamento.
Em cima, duas aberturas que permitiam a luminosidade para o sótão  e por baixo do beiral, a cimalha ornamentava a fachada pobre da habitação.
O telhado era  de duas águas e coberto de telha canuda de fabrico artesanal que assentava em barrotes e ripas.








Foral Manuelino de Mira

El Rei D. Manuel, em 27 de Agosto de 1514, concedeu Foral a Terras de Mira.

O seu conteúdo, fruto de um tempo e de uma época, espelha sobretudo a vida social, económica e fiscal do lugar, permitindo ainda uma fugidia informação sobre a administração local. Torna-se assim num quadro vivo e variado, de gente local e gente em circulação, com obrigações, graças e privilégios, em que a pacatez dos locais é quebrada com mercadores a chegar, com as suas bestas carregando produtos de outros partes.

Hoje, mais não é do que peça de arquivo ou museu, mas a sua leitura no início do século XXI suscita uma viagem no tempo e alicerça memórias, de um passado colectivo. O original deste documento que se apresenta como um códice com a primeira página iluminada, encontra-se actualmente no arquivo municipal de Mira, depois de um aprofundado trabalho técnico de conservação e restauro, que garante a salvaguarda deste valioso património documental para as gerações vindour.






Lenda de S. Tomé 


Em tempos muito antigos a lagoa de Mira foi uma cidade chamada Miragaia.
   Aquando da sua submersão e assistindo nela o Glorioso Apóstolo de S. Tomé, Cristo Nosso Senhor falou-lhe dizendo que saísse da dita cidade e se pusesse à vista dela, onde permaneceria até ao fim do mundo fazendo milagres e obrando prodígios.

   Há tradição que esta sagrada imagem aparecera então debaixo de um tronco de amieira e de outras árvores silvestres nuns bosques junto aos ribeiros a alguma distância da Lagoa de Mira.
   Como naquele local onde aparecera o Santo não se podia construir a Igreja, visto as águas daqueles ribeiros o impedirem, foi erguida noutro local distante do sítio onde aparecera a sagrada imagem. Indo os fiéis e o sacerdote daquele tempo para dizer missa não encontraram o Santo na Igreja. Supreendidos com o facto puseram-se à procura do Santo, dizendo: “Ó S. Tomé onde estás tu?” - encontraram-no então num campo de favas junto aos ribeiros onde anteriormente aparecera, respondendo: “Estou no meio das favas a encher o ...”
   Como esta fuga se repetia constantemente o povo quando o ia procurar dizia: “Ó S. Tomé onde estais vós?” - e antes do santo lhes responder logo continuavam dizendo: “No meio do faval o encontraremos nós”.

   Apercebendo-se o povo que o Santo só naquele sítio onde tinha aparecido queria permanecer, fizeram-lhe uma Igreja tal e qual o sítio
permitia.





Moinhos

Os moinhos, independentemente do seu tipo de construção ou força motriz utilizada, manifestam-se como marcos distintivos na paisagem rural e evidenciam a sabedoria e técnica popular no aproveitamento das potencialidades endógenas do seu meio envolvente.
No universo das vivências das gentes de Mira, os moinhos, engenhos que transformam o grão em farinha, e os seus moleiros, homens que mantêm  as mós em funcionamento e que no passado percorreram caminhos, fazendo “carrêtos” do cereal e entregando a farinha, de onde retiram a respectiva “maquia”, sempre foram importantes referências. 

Num eterno ciclo agrícola, repleto do pequenos gestos e afazeres, árduo em trabalho, sobressaem os moinhos de água (as azenhas e os de rodízio), alguns dos quais ainda hoje laboram em Mira, integrando o importante património Histórico e Cultural Concelhio.







 Património Ambiental





   O Concelho de Mira, com uma superfície aproximada 123 km², plana ou ligeiramente ondulada, é dominada por uma cobertura arenosa de origem sedimentar recente, designada por “Areias da Gândara” e encontra-se coberta por uma frondosa floresta de pinheiro-bravo.


   Um pouco mais de metade do Concelho está classificado de Sítio Rede Natura 2000 – Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas, um estatuto ambiental ao nível europeu para a protecção de habitats e de espécies específicas associadas e que inclui dunas, pinhais, lagoas e ribeiras.

O canal de Mira, na área de sapal do Areão de Mira, pertence à Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro, uma salvaguarda para a biodiversidade e protecção da avifauna. 

   Assim, quem passeia e usufruir das terras de Mira, sobretudo pela pista ciclo-pedonal, com cerca de 25km de extensão, apercebe-se das diferentes paisagens que atravessa: desde a orla costeira e dunas à enorme mancha verde formada pela floresta, passando por retalhados campos agrícolas, cursos de água e pelas duas lagoas de água doce que, em conjunto, criam um agradável cenário paisagístico. Estas diferenças traduzem-se em habitats distintos que acolhem dezenas de populações impares, onde flora e fauna coexistem.

   Nesta região estão inventariadas 198 espécies de aves, 12 de peixes, 13 de anfíbios, 12 de répteis e 22 de mamíferos. Nas plantas, entre herbáceas, arbustivas e arbóreas, podemos encontrar 402 espécies florísticas. São estes mundos de escala menor que o convidamos a explorar!



   Desejamos-lhe um óptimo passeio na descoberta da natureza e sua biodiversidade, a par com o importante património cultural e arquitectónico que existe em Mira.






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